Um espaço dedicado à luta pela terra e pelo meio ambiente, em apoio às causas indígena, quilombola, camponesa e popular. Aqui, você encontrará informações diretas sobre lutas e conquistas, além de um espaço para a cultura, o folclore, as tradições, as medicinas e as sabedorias ancestrais desses povos. Este é um ponto de encontro para tod@s que almejam um mundo de liberdade, solidariedade, pluralidade e respeito pelo próximo e por todo o ecossistema. Aprendendo com o passado, atuamos no presente para construir um futuro melhor para todos os seres vivos!

Chicão Xucuru, Presente!

                   

Chicão Xucuru, Presente!

Francisco de Assis de Araújo, o Chicão Xucuru, foi uma liderança xukuru atuante na região de Pesqueira, Pernambuco, na década de 1990. Chicão nasceu no sítio Cana Brava, em 23 de março de 1950. Viveu por muito tempo na Serra do Ororubá, em Pesqueira. A Serra é uma região sagrada para o povo Xukuru.

De 1989 até 1998, o Cacique Chicão foi o líder máximo dos Xucurus do Ororubá. Lutou pela defesa de suas terras contra a invasão de grupos de posseiros e latifundiários. Sofreu inúmeras ameaças de morte. Porém, no dia 20 de maio de 1998, na cidade de Pesqueira, Chicão Xukuru sofreu inúmeros disparos de arma de fogo, morrendo ainda no local. Chicão visitava a sua irmã e morreu em frente a casa dela.

O latifundiário conhecido como Zé de Riva foi apontado como mandante do assassinato. Só foi julgado 4 anos depois. Condenado Zé de Riva foi preso e encaminhado para a carceragem da PF de Recife. Três semanas depois, Zé de Riva foi encontrado enforcado na cela da Polícia Federal.

“Ele não vai ser enterrado,

ele não vai ser sepultado

Ele vai ser plantado,

para que dele nasçam novos guerreiros,

minha mãe natureza.

Ele vai ser plantado assim como vivia,

debaixo das vossas sombras,

para que de vós nasçam novos guerreiros,

minha mãe natureza, que a nossa luta não para”.

MUNDO LIVRE S.A

 

A SERRA DO IBIAPABA OU A REPÚBLICA DE BACO

No século 17, uma missão jesuíta foi enviada à Serra do Ibiapaba, no Ceará, com a finalidade de converter povos nativos ao catolicismo.

A região da Serra do Ibiapaba era habitada por povos potiguaras, tabajaras, canindés, cariris e outros. Também viviam no lugar, alguns brancos holandeses e franceses. Muitos indígenas haviam se convertido ao protestantismo. Outros falavam holandês, francês e sabiam ler. Devido a este “caldeirão”, a Serra de Ibiapaba era vista negativamente como uma babel, um lugar cheio de cores, línguas e costumes diferentes. Cabia aos jesuítas, então, converter e salvar as almas daqueles que viviam no lugar.

A primeira missão falhou miseravelmente. O padre Figueroa narrou em um relatório que alguns jesuítas haviam sido mortos pelos nativos. Ele mesmo viria a ser abatido enquanto se esforçava para converter as almas dos nativos.

Uma outra missão foi organizada e enviada para a Serra do Ibiapaba. Desta vez liderada pelo célebre Padre Luiz Vieira. O jesuíta também narra as peripécias e contratempos de seu “trabalho” de conversão de gentios.

O padre via naquela sociedade um antro de perdição. A chamava de República de Baco, devido às constantes festas, orgias e bebedeiras realizadas pelos nativos. Talvez esta fosse uma versão mentirosa ou exagerada de Vieira para legitimar uma missão religiosa mais agressiva.

Ele narrou que o desprezo e as pilhérias por parte dos “gentios” eram constantes. Muitas vezes tiveram cruzes e altares quebrados pelos nativos. Talvez esta fosse uma versão mentirosa ou exagerada de Vieira para legitimar uma missão religiosa mais agressiva.

Ele narrou que o desprezo e as pilhérias por parte dos “gentios” eram constantes. Muitas vezes tiveram cruzes e altares quebrados pelos povos nativos. Além disso, praticavam heresias e falavam blasfêmias, fatos que aterrorizavam os jesuítas.

Zine.
“ANTICOLONIAL E LIBERTÁRIO”
CAMPINA GRANDE- PARAÍBA-NORDESTE- MUNDO
SETEMBRO 2025 / N.05

 

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Editor

Alex Goulart Baseia - Jornalista