Um espaço dedicado à luta pela terra e pelo meio ambiente, em apoio às causas indígena, quilombola, camponesa e popular. Aqui, você encontrará informações diretas sobre lutas e conquistas, além de um espaço para a cultura, o folclore, as tradições, as medicinas e as sabedorias ancestrais desses povos. Este é um ponto de encontro para tod@s que almejam um mundo de liberdade, solidariedade, pluralidade e respeito pelo próximo e por todo o ecossistema. Aprendendo com o passado, atuamos no presente para construir um futuro melhor para todos os seres vivos!

O Blog Terra Sagrada Homenageia a Aldeia Multiétnica Filhos Dessa Terra em Guarulhos

✊🏽🌿 O Blog Terra Sagrada Homenageia a Aldeia Multiétnica Filhos Dessa Terra em Guarulhos

É com imensa alegria e profundo respeito que o Blog Terra Sagrada se junta às celebrações dos oito anos de existência da Aldeia Multiétnica Filhos Dessa Terra, um marco de luta, resistência e ancestralidade na região de Guarulhos.

Esta aldeia, localizada no bairro de Cabuçu (próximo ao Rodoanel), é um vibrante espaço multiétnico que congrega diversas nações indígenas — como Pankararu, Tupi, Guajajara, Kariri-Xocó, Wassu-Cocal, entre outras — que buscam manter viva sua cultura sagrada e espiritualidade no contexto urbano.

Mais que uma moradia, um Território de Luta e Preservação:

A Aldeia Filhos Dessa Terra é um símbolo de resiliência. Sua história é marcada pela retomada de um território que, além de garantir o direito à moradia, tem sido transformado em um espaço de preservação ambiental, onde os povos originários trabalham na recuperação do solo e das nascentes, mesmo enfrentando desafios como a proximidade de grandes obras e contaminações.

Um Espaço Aberto e Dedicado à Comunidade:

A aldeia se mantém de portas abertas, sendo um importante polo de cultura, lazer e ensinamentos para toda a sociedade de Guarulhos e região. Por meio de vivências, rodas de conversa, artesanato, rituais (como o Toré) e festividades, a comunidade proporciona um valioso intercâmbio cultural, combatendo o preconceito e mostrando a riqueza e diversidade dos povos indígenas contemporâneos.

Nossa homenagem é um sincero agradecimento e um compartilhamento da poderosa história de luta, resiliência e fé de todos os povos guerreiros que compõem esta comunidade. Que a força e a sabedoria da Aldeia Filhos Dessa Terra continuem a inspirar a todos nós.

Agradecimento a companheira Vanuza Kaimbé, professora e liderança indígena. Pelas matérias enviadas e pelo acolhimento. 

 

 

Aldeia Multiétnica Filhos Desta Terra Celebrou 8 Anos com Forte Presença do Coletivo Casa de Xonsê

Foto: Divulgação Pública envia por Djatsy Motara (Lua)

A Aldeia Indígena Multiétnica Filhos Desta Terra, localizada na Reserva Cabuçu, celebrou seu 8º aniversário de resistência, cultura e natureza nos dias 24, 25 e 26 de outubro.

O evento contou com a presença marcante do coletivo da Casa de Xonsê, formado por Lua Guarani, Matheus Pataxó, Carol Xukuru, Alma de Xonsê Xukuru e Zenaide Potiguar, dentre outros, compartilharam a celebração com as demais etnias.O ponto alto das festividades foi a condução do Toré, um ritual sagrado, pelo Cacique Gilberto Awa Kuaray, que contou com a participação de Gabriel Pankararu. O cacique convidou as múltiplas etnias e alguns visitantes a entrarem na roda para sentirem a força ancestral, proporcionando experiências inesquecíveis para muitos.

Situada no bairro do Cabuçu, em Guarulhos, na Grande São Paulo, a Aldeia Indígena Filhos Desta Terra se revela como um espaço de resistência e reconexão com a ancestralidade. Entre ocas, bananeiras, pés de abacate, nascentes de água e a presença livre de galinhas, patos, pássaros nativos, cachorros, a diversificada por plantas nativas da Mata Atlântica, paisagem reflete o modo de vida tradicional dos povos originários que ali se estabeleceram.

A reserva representa mais do que um simples território: isso é o resultado da união de indígenas de diferentes etnias, Pankararé, Guajajara, Tupi e Timbira, Xucuru, Potiguares, Kariri, Pankararu, Kaimbé dentre outras, que decidiram ocupar coletivamente aquele espaço em 2017. A decisão de habitar o local carrega um significado profundo de retomada e cuidado com a Mãe Natureza.

Antes da chegada dos indígenas, o território enfrentava anos de abandono e degradação ambiental. Funcionando como um aterro sanitário irregular, o espaço havia se tornado depósito de todo tipo de resíduo, incluindo animais mortos. A ocupação indígena, portanto, não apenas resgatou a dignidade daquele lugar, mas também demonstrou como os povos originários seguem sendo guardiões da natureza, transformando áreas degradadas em espaços culturais de vida e preservação.

Com entrada gratuita, a festa ofereceu uma rica imersão na cultura dos povos originários, incluindo apresentações culturais, trilhas, arte indígena (pintura/grafismo e artesanato) e rodas de conversa.
 A celebração, que se estendeu até o dia 26 de outubro, foi vista como uma oportunidade essencial para apoiar e aprender com essa riqueza Ancestral dos povos originários.

A Aldeia está localizada na Av. Benjamin Harris Hunicutt, 4112, no Portal dos Gramados, em Guarulhos/SP.

Para maiores informações:

Instagram:

@almadexonse

@filhosdestaterra

 

Bom dia a todos
passando para parabenizar a cada guerreiro e guerreira que fez parte daquela sexta feira 27 de outubro de 2017 às 16:20 da tarde, quando decidimos levar nossa resistência ao extremo pois para muitos era uma loucura mas nós tinha plena certeza que seria um grito de liberdade para cada um que vivia sufocado entre meios a selva de pedras.
Eu lembro que quando chegamos naquele lugar, que não tinha espaço nem para forrar uma esteira para nós dormir aquele horário, poderia ser assustador mas eu confesso que eu não senti nenhum medo pois eu estava me sentindo protegida não tinha noção o que significava na época mas hoje eu entendo, e lembro como nós limpava aquele mato da nossa altura Alegre contente ,era um sonho que tava preste a ser realizado aquele fogo para fazer nossa alimentação naquele bolo de cupinzeiro que foi feito como fogão vocês não tem noção de como eu fiz aquele fogo feliz como eu fiquei cozinhando para todos ali mais de 90 dias feliz , vocês não tem noção de como nós fomos felizes naquele lugar minha companheira Neide Xucuru que não média esforço guerreira de verdade, Cícera funio, Alex, Silvia ,Laisa, Abia, Antônio Carlos ,Gil, Vanusa caimbé, Gilda, Raimundo ,Pedro pankararé, Rosa ,Manuel, Francisco, fladson, Edna pankararu, lenildo, mislaine Wassu Railson, Cléo Guajajara, Bira pataxó, e as crianças que no outro dia estavam lá guerreirinhas guerreirinhos que fez parte também dessa retomada, porque estou colocando o nome de cada um que fez parte dessa retomada pois não existe uma história que não tenha um começo, uma história ela é feita de começo meio e fim por mais que maioria dos que fizeram a retomada não se encontra mas na aldeia mas fizeram parte pois o começo foi muito difícil, pois abertura de um caminho não é fácil são muitos tocos são muitas cicatrizes que ficam para o caminho ficar transitável , por isso estou me expressando nesse dia 27 de outubro de
2025 após 8 anos que tudo começou e ninguém vai conseguir contar o começo dessa história a não ser nós que vivemos 🏹

Parabéns a todos os que fizeram,os que faz e os que vão fazer parte dessa história

Depoimento Rosa pankararu, umas das indígenas que entrou no dia da retomada, e era nossa cozinheira fazia muita comida gostosa

 

 

Feliz 8⁰ aniversário à Multiétnica Aldeia Filhos Desta Terra, do Cabuçu em Guarulhos! Foi bonita a festa que durou 3 dias, recebeu visitantes para conviver, sentar para de rodas de conversa, almoço, plantar mudas de árvores, apreciar e comprar o rico artesanato, presenciar e se beneficiar com os rituais dos Praiás do povo Pankararu e dos Torés do Sagrado Ouricuri dos povos do Nordeste.
Nesta data, que oficialmente é hoje, 27/10/2025 celebram-se 8 anos de luta, reconstituição da terra e reflorestamento do espaço que conquistaram para “habitar” em 2017: na época, um aterro sanitário cheio de lixo, resíduos plásticos, animais mortos, pneus e cobras. Transformaram a área de descarte irregular em aldeia onde hoje existem árvores frutíferas, lagos para criação de peixes, nascentes e onde lutam pela preservação.
Um exemplo do que pode fazer uma comunidade que considera o meio ambiente como o todo e sagra a terra em que vive.
A reserva abriga representantes de diferentes etnias do nordeste, como Pankararu e Pankararé, Guajajara, Kaimbe, Pataxó, Kariri Xocó, entre outros, que já viviam no município ou vieram de aldeias de vários outros lugares – Pernambuco, Alagoas, Bahia e outros bairros de Guarulhos, cidade que desde o nome é espaço indígena e é a segunda maior do estado de SP em população indígena. (Guarulhos: De origem tupi, o nome é uma referência ao peixe “guaru”. Cabuçu: Também do tupi, significa “vespa grande”, uma espécie que era encontrada no local).
Existe uma casa de rezo, grande oca para cultuar o Ouricuri, a espiritualidade dos diversos grupos indígenas, com o seu Toré, prática que envolve danças e cantos em forma de orações. Quem presencia o Toré sabe que se trata da invocação da presença dos ancestrais. (Particularmente, tendo participado de muitos, posso assegurar que essa comunicação é estabelecida. A energia é tão concreta que quase dá para apalpar!)
Morar numa aldeia tem todo o diferencial para que as etnias indígenas em contexto urbano possam exercer suas tradições de forma livre, cantar seu toré, dançar, acender fogueira sem incomodar nem ser incomodado por uma vizinhança não indígena, como sempre preconceituosa e pouco amigável.
Sobre as visitas: são abertas ao público e visam exatamente a aproximação e o convívio.
Awa Tupi, @ Gilberto Kuaray, líder, recebe os visitantes para as conversas e trilhas. Simone Pankararu, outra liderança, recebe para alimentação e, junto a outros parentes (tratamento trocado entre nossos indígenas independente de laços sanguíneos), para o artesanato – a principal fonte de renda, de comercialização difícil, pq a prefeitura organiza apenas um evento indígena por ano.
Por isso as visitas monitoradas de grupos e escolas são tão importantes para a manutenção do espaço e da comunidade. Elas são pagas (a um custo muito baixo e bastante acessível) e oferecem uma imersão cultural no cotidiano da comunidade, aproximando os visitantes das tradições, saberes e modos de vida dos povos originários.
É assim que a Aldeia Multiétnica Filhos Dessa Terra atua como uma escola indígena para os não indígenas. Até o momento, esta é a única maneira de aprendermos sobre as verdadeiras raízes que temos como brasileiros que o Ensino, como método colonialista de formação (como o próprio nome indica = colocar numa forma), nunca se preocupou – e nem se preocupará – em ensinar.
Como diz o professor Daniel Munduruku : “Existe uma lacuna no povo brasileiro, que foi um povo criado sem a perspectiva dos seus povos originários. Enquanto não for preenchida esta lacuna, este país jamais terá uma identidade.”
Salve nossos povos originários!
Salve Aldeia Multiétnica Filhos Dessa Terra!
E Viva o Povo Brasileiro!
Fica a dica.
Post de Nani Braun

 

Foto de Editor

Editor

Alex Goulart Baseia - Jornalista